terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A confissão de Lúcio: Um entre-lugar no Simbolismo e Modernismo português

1. Uma breve introdução.


Ao analisar a atividade artística de certo período é incontestável que se devam associar as influências extras literárias na composição de determinadas obras. Na literatura do final do séc. XIX essa afirmação fica comprovada. O clima de negatividade, obscurantismo, e de falta de identificação com o mundo e sua estrutura social era pano de fundo para influenciar artistas que estavam descontentes com essa situação. Portanto, esse clima negativo foi uma influência principal para se formar uma nova estética literária, e no final do século XIX surge o Simbolismo, que em alguns países da Europa fica em evidência até as primeiras décadas do século seguinte.
O Simbolismo espalhou suas raízes pelo mundo a partir da França. Jovens intelectuais descontentes com a sociedade em que viviam injetavam sua visão de mundo e sensações subjetivas nos poemas que compunham. Dentre esses estava Charles Baudelaire, para muitos o iniciador da estética simbolista. “Entre suas características principais essa estética apresentava uma linguagem ‘quase” incompreensível, indecifrável, hermética. O escritor queria através das sensações emitirem suas mensagens, a fim de que, o leitor experimente as mesmas impressões que ele tinha do mundo. A musicalidade e a sinestesia também eram características marcantes do Simbolismo.
Como já dito, a partir da França a estética simbolista foi espalhada pelo mundo. Na Europa um dos países que sofreu forte influência dessa escola literária foi Portugal. A literatura portuguesa nos revelou artistas como Antonio Nobre e Camilo Peçanha.
As influências do Simbolismo marcam a trajetória literária de muitos artistas até a primeira metade do século XX. E um desses artistas portugueses é Mário de Sá-Carneiro. No início de sua obra , mais especificamente em sua poesia, Mário é fortemente influenciado pela estética simbolista, apresentando em suas poesias eixos temáticos que eram considerados essencialmente simbolista , tais como: o decadentismo, o hermetismo e a negatividade. Entretanto, esse artista é um dos mais importantes da literatura do século XX porque marca em Portugal um período de transição; ainda carregado de influências simbolistas, Mário de Sá Carneiro dialoga com a nova estética que estava se formando subseqüentemente: o modernismo. Essa transição que ocorre em Mário de Sá-Carneiro fica clara em um livro em específico: “A confissão de Lúcio”.
Publicado em 1914 “A confissão de Lúcio” é uma obra sugestiva para explorar essa transição da estética simbolista para a modernista em Mário de Sá-Carneiro.

2. “A confissão de Mário”

Mário de Sá-Carneiro foi um poeta que circulou nos meios literários de Portugal e de França. Entre essas idas e vindas foi escrito a obra “A confissão de Lúcio”. O artista era conhecido pelo seu modo intimista e introspectivo de ver o mundo. Os poucos amigos que tinha, dentre eles Fernando Pessoa, sabiam dessas características, inclusive contadas em alguns poemas. Mário possuía um grande incômodo com ele mesmo e com o seu “ estar no mundo” , o artista sempre procurava um porquê de se viver, mesmo que esse porquê fosse em outra pessoa ou nele mesmo.
Quem lê a biografia e a obra “a confissão de Lúcio”, às vezes, pode fazer uma comparação: ao invés de confissão de Lúcio poderia ser a confissão de Mário. Isso acontece porque algumas características narradas na obra aconteceram na vida do autor, tais como: a negatividade perante o mundo, a circulação constante nos meios literários de Portugal e França. Mas as características principais vistas na obra, e que permeiam toda a obra de Sá-Carneiro são: a procura constante de se encontrar no outro e a tendência suicida.
Essa procura constante desse eu/outro fica evidente na tríade principal do livro : Ricardo/ Lúcio/ Marta. O narrador, por vezes, nos “confunde” se os três são ou não a mesma pessoa. Essa busca constante de se refletir em outra pessoa também se caracteriza na vida de Mario. O autor, às vezes nas temáticas de seus poemas não sabia distinguir se quem estava falando era o Mário poeta ou o Sá-Carneiro homem.
Outro elo entre vida e obra do autor é a tendência suicida. Ela aparece com grande importância em “A confissão de Lúcio” e nas poesias de Mário, fato essas contadas várias vezes nas cartas a Fernando Pessoa. Assim como Florbela Espanca, que apareceria na história literária portuguesa mais a frente, a obra de Mário de Sá-Carneiro pode ser considerada, não uma obra autobiográfica, como afirmam muitos estudiosos, mas sim, uma obra auto-reveladora, porque fica evidente sua entrega pessoal nas suas letras, e também as três principais inquietações do autor: “ o estar no mundo, a anormalidade e o suicídio.
3. “A confissão de Lúcio”: estrutura .

Esta obra foi considerada por José Régio como a obra-prima de entre as novelas de Sá Carneiro, onde estão, como já dito, três de suas obsessões dominantes: o suicídio, o anormal até a loucura e o amor quase pervertido.

Nesta obra, ao incitar seus personagens na busca de uma transcendência distorcida, Sá-Carneiro cria uma atmosfera de exacerbado lirismo. Capaz de acrescentar um prazeroso sabor ao narrar o inarrável, mesmo no leitor que possui poucas fibras de sensibilidade ele é capaz de produzir um turbilhão interior próximo ao palpitar acelerado do coração quando em êxtase.

A Confissão de Lúcio, publicada pelo poeta em 1914, um ano antes do aparecimento do primeiro número de Orpheu é uma novela que parece apresentar, através da fragmentação, a existência de questões que ficam sem resposta: repetição de silêncios intervalares, espelhamentos intertextuais como forma de dar consistência a essa outra voz, consciente de que tudo aquilo é material com que se constrói a obra de arte, cuja linguagem é plástica e maleável, criadora de um sentido provisório e impossível de fixar.
A Confissão de Lúcio é obra narrada em primeira pessoa e o personagem-narrador procura sempre demonstrar o contrário da característica da obra, isto é, apresentar os (simples) fatos a fim de obter credibilidade do leitor, que é o “júri”. Ao modo próximo dos simbolistas, o narrador vai captando as relações mais íntimas do âmbito da percepção, levando esse conjunto de sensações a rever o conceito de realidade e aproximá-la do fantástico.

A narrativa começa do fim para o início, e já na primeira página o próprio narrador demonstra claramente a desilusão que tomou conta de sua vida depois dos acontecimentos que vai narrar, a ponto dos dez anos que passara na prisão por um crime que não cometera parecerem-lhe "uma coisa sorridente". É bom lembrarmos que há uma certa ironia que passa por toda a narrativa, e tal ironia provém do próprio narrador. É como se, o tempo todo, ele estivesse analisando o passado sob os olhos do presente, a fim de dar um tom de maior veracidade aos fatos narrados, porém, sua tentativa é malograda, uma vez que a ironia empregada assume apenas um tom de riso profilático e é totalmente posta por terra no final, pois notamos que o narrador nada mais é do que a vítima confessa delas próprias.

As várias funções exercidas pelo narrador Lúcio na história - ele é ao mesmo tempo personagem narrador e receptor de outras obras - indicam a ambigüidade, inerente à linguagem, em que o significante desliza constantemente sob o significado, tornando impossível o estabelecimento de qualquer sentido definitivo. E também que o reverso (ou o complemento?) da criação é a destruição: Lúcio destrói no fogo sua peça Brasas, Ricardo mata Marta, sua criatura, o final da obra da americana coincide com a sua morte.

O estilo da narrativa tem por objetivo deixar o leitor em constante dúvida (o relato é real ou imaginário?). Inicialmente, os autores optaram pelo mesmo estilo: uma confissão. Essa confissão alcançou o objetivo na novela de Sá Carneiro.

Ele intensifica o caráter documental de sua obra: a novela é apresentada ora como confissão de fatos consumados ora como um diário íntimo.

Não estou escrevendo uma novela. Apenas desejo fazer uma exposição clara de fatos. E, para a clareza, vou-me lançando em mau caminho - parece-me. Aliás, por muito lúcido que queira ser, a minha confissão resultará - estou certo - a mais incoerente, a mais perturbadora, a menos lúcida.

(...) E são apenas fatos que relatarei. Desses fatos, quem quiser, tire as conclusões. Por mim declaro que nunca o experimentei. Endoideceria, seguramente.
(...)

Não importa que me acreditem, mas só digo a verdade - mesmo quando ela é inverossímil.
Com relação às personagens, dentre as várias existentes, entendemos ser o triângulo amoroso formado por Lúcio, Ricardo e Marta, o cerne fundamental que levará à desilusão do autor/narrador no final da narrativa.

Ricardo - o protagonista dos fatos narrados. Trata-se de um poeta que, antes de ser apresentado a Lúcio, é mencionado por várias personagens. Sua marca principal é a incoerência: seu maior problema é que se sente totalmente estranho à vida normal, ao mesmo tempo em que sente uma irresistível atração por ela.

Lúcio Vaz - narrador-personagem jovem escritor português é a duplicação do eu de Ricardo, ou seja, o seu outro, o grande conflito que marca toda a obra de Sá-Carneiro.

Marta - retratada como uma mulher belíssima, mas todo um mistério a envolve durante toda a parte da narrativa em que aparece. É esposa de Ricardo, porém Lúcio se apaixona por ela. Os dois têm uma relação extraconjugal que, para Lúcio, parece óbvia demais para Ricardo não perceber. Lúcio parece ter certeza de que Ricardo sabe de sua relação, mas acha muitíssimo estranha que este nada faça. Em dado momento, Marta deixa de vir à casa de Lúcio e passa a encontrar-se com Sérgio Warginsky, outro freqüentador da casa de Ricardo, o que deixa Lúcio horrorizado.

Para falar de Marta, é necessário ter em mente esta questão do outro, pois esta é a explicação mais plausível do desenrolar final da narrativa, uma vez que é ela quem acende o estopim das ações que levarão à desilusão em relação à vida do autor/narrador.
Num primeiro momento a história se desenvolve na Paris de 1895. O narrador, Lucio, nos conta do meio artístico e destaca-se nessa narração a figura de Gervásio Vila Nova: escultor, dono de uma conversa envolvente, embora fosse algo “disperso, quebrado, ardido”. Destaca-se ainda, nesse momento, a admiração que vai desenvolver por uma misteriosa americana, mulher rica e linda: “Criatura alta, magra, de um rosto esguio de pele dourada - e uns cabelos fantásticos, de um ruivo incendiado, alucinante.” Por meio dela fica sabendo da chegada de Ricardo Loureiro, poeta cuja obra era muito admirada.

Numa festa promovida por Gervásio, Lúcio é apresentado a Ricardo. Logo da primeira conversa vai se desenvolver uma grande amizade e admiração entre ambos.

A admirada americana ruiva desaparece de cena, Gervásio também encerra aqui sua participação no enredo, uma vez que retorna a Portugal. Enquanto as conversas com os outros tinham um interesse voltado para o intelectual, o conhecimento, as feitas com Ricardo pareciam atingir a alma de Lúcio. Dessa amizade nasce uma relação que pode ser representada como sendo uma projeção de Lúcio sobre o outro, Ricardo. Pressente-se um tom de homossexualidade: “Mas uma criatura do nosso sexo, não a podemos possuir. Logo eu só poderia ser amigo de uma criatura do meu sexo, se essa criatura ou eu mudássemos de sexo.”

Ricardo vai para Lisboa, ficam os amigos separados por um ano, trocam-se cinco cartas durante esse período. Em dezembro de 1897 Ricardo retorna a Paris: “As suas feições haviam-se amenizado, acetinado - feminilizado, eis a verdade.” Lúcio sabia, no entanto, que Ricardo havia se casado. Num jantar Lúcio é apresentado a ela, Marta: “Era uma linda mulher loira, muito loira, alta, escultural (.... Cheguei a ter inveja de meu amigo.”

Os três ficaram amigos inseparáveis. Participavam em reuniões de amigos intelectuais e artistas, e nessas se destacava a figura de Sérgio Warginsky, músico russo, que no entanto, vai criar uma impressão negativa e de quase ódio em Lúcio.

Envolvido com sua produção literária, por vezes, Ricardo deixava Lúcio a sós com Marta. Entre situações às vezes constrangedoras que beiravam o limite da amizade, Lúcio começa a se sentir envolvido pela figura de Marta. Até que, enfim, Marta torna-se amante de Lúcio. Lúcio acaba se apaixonando por Marta, apesar de continuar a amizade com Ricardo. Estranhamente Lúcio atenta para alguns detalhes da fala de Ricardo, como quando o amigo lhe diz que ao se observar ao espelho não mais se via: “Ah! Não calcula o meu espanto... a sensação misteriosa que me varou... Mas quer saber? Na foi uma sensação de pavor, foi uma sensação de orgulho.”

Por outro lado, Marta também parecia a Lúcio como uma mulher irreal: “sim, em verdade, era como se não vivesse quando estava longe de mim.” Nada confirmava sua existência além do perfume penetrante que ficava no leito, precisava não mais provar o amor, mas a existência real dessa misteriosa mulher que tanto se entregava a ele e que traía com intensidade o amigo: “As suas feições escapavam-me como nos fogem as das personagens dos sonhos. E, às vezes, querendo-as recordar por força, as únicas que conseguia suscitar em imagem eram as de Ricardo. Decerto por ser o artista quem vivia mais perto dela.”

Depois de algum tempo, Marta torna-se fugidia, demora-se menos com Lúcio, os encontros tornam mais difíceis. Lúcio começa a desconfiar de Marta e desenvolve um sentimento de ciúme. Nas tardes em que apenas encontra o amigo Ricardo, começa a procurá-la desesperadamente. Uma vez seguindo Marta, descobre que ela fora ao apartamento de Sérgio Warginsky. Por essa época, Lúcio terminara uma peça de teatro e começa a andar pelas ruas, em uma dessas andanças encontra Ricardo, este lhe faz uma estranha afirmação, de que Marta é uma criação de Ricardo: “Compreendemo-nos tanto, que Marta é como se fora a minha própria alma,. Pensamos da mesma maneira; igualmente sentimos. Somos nós dois... (...) E ao possuí-la, eu sentia, tinha nela, a amizade que te deveria dedicar.”

Nesta cena alucinante, Ricardo mata Marta, e então Lúcio descobre que um mistério envolvia essa morte: Marta folheava um livro, em pé, ao fundo da casa. Ricardo dá-lhe um tiro à queima roupa:

“E então foi o Mistério... o fantástico Mistério da minha vida...

4. Características simbolistas.

“A confissão de Lúcio” fica no entre-lugar da literatura portuguesa, pois mistura em sua composição estética características simbolistas e modernistas.
No que diz respeito à estética simbolista alguns eixos temáticos dessa escola aparecem com maior nitidez: o decadentismo, o hermetismo e a procura de identificação com o mundo.
O clima de decadentismo aparece logo nos primeiros parágrafos da obra. O narrador falando de uma cadeia pede ao leitor julgar suas atitudes a respeito dos fatos a serem narrados. Mas a incerteza de que ele ( o narrador ) será absolvido ou culpado pouco importa, pois , o eu interior do narrador nos passa uma negatividade falando desse assunto. Para ele não importa a absolvição porque o re/início de sua “liberdade” não haveria mais função de estar no mundo, todas as suas experiências e sensações já foram contadas e vividas, portanto, a falta de ( para quê) viver seria seu norte daí por diante.
Outro ponto essencialmente simbolista é a narrativa de sensações das personagens. Através dos sentidos o narrador re/cria uma realidade ao leitor captando as relações íntimas através das percepções vividas pelos personagens.
Uma dos personagens, o artista Gervásio Vila-Nova, é a representatividade da falta de identificação que Lúcio tinha com o mundo. Altamente fútil e com visões claramente burguesas Gervásio causa um estranhamento em Lúcio, e comparando com os outros amigos que o cercavam, que tinham a mesma atitude, o narrador percebe que esses “amigos” eram espelho da sociedade: com características fúteis e aparentes.
O hermetismo na obra também é destaque. A estrutura narrativa, às vezes, nos faz pensar que o que está sendo narrado é ilusão ou realidade, imaginária ou concreta. Ao final do livro a mensagem que nos passa é um sentido de “não fim” da obra, sensação essa ao invés de ponto final poderia existir uma reticência.
5. Características Modernistas

É importante apresentar as características modernistas em “A confissão de Lúcio” de duas maneiras, a primeira no que diz respeito à estética e a segunda no plano do conteúdo.
Uma das características do Modernismo foi tentar romper com técnicas e estéticas de períodos literários anteriores, mas também falar de assuntos que até então não eram discutidos. No plano do conteúdo em “A confissão de Lúcio” um tema/tabu que foi discutido é a questão do homossexualismo. O autor nos conta um amor entre dois homens ( embora não concretizado ) Ricardo/ Lúcio. Portugal sempre foi uma sociedade conservadora e esse assunto pode causar estranhamento o aparecer numa obra literária, por isso também que Mário de Sá-Carneiro é considerado um autor que transgrediu o esperado e não silenciou a qualquer assunto.
Mário de Sá-Carneiro circulava também pelas vanguardas artísticas que estavam aparecendo no início do século XX. Dentre essas vanguardas o Futurismo, com Marinetti, foi uma das principais influências. Essa tendência tinha como pano de fundo a velocidade em que as transformações sociais vinham acontecendo, e essa velocidade fica clara na estrutura narrativa. Em “A confissão de Lúcio” a velocidade da narração tenta evitar o excesso de descrição de ambientes e de personagens, fato marcante no Romantismo. As sequencias narrativas são excessivamente rápidas. onde passado, presente e futuro saltam aos nossos olhos num piscar.
Essa quebra de linearidade ( começo , meio e fim ) é uma das características mais marcantes na obra. Para nós (pós-modernos) isso pode parecer uma banalidade, pois , entre outras coisas já experimentamos fluxos de consciência, tendências surrealistas e arte concreta, mas para o leitor da época acostumado a uma sequencia narrativa tradicional, o esforço cognitivo deveria ser bem grande para essas idas e vindas ao passado, presente e futuro como ocorre em “A confissão de Lúcio” de Mário de Sá-Carneiro.
Enfim, a obra, como já dito, dialoga no entre - lugar do simbolismo e do modernismo, problematizando questões até então não discutidas na literatura portuguesa, e mostrando estéticas já contadas ( simbolista ) e recém inauguradas ( modernista ) entretanto, o principal objetivo do autor foi mostrar uma característica marcante daquela época, e que é / será vista até os dias de hoje: a fragmentação do ser humano. Naquele tempo nós não cabíamos mais em si mesmo, teríamos que nos procurar em outro/outros, a fim de encontrar características individuais em outras pessoas , ou seja, tentar encontrar nossa “ espelhização” . Entretanto, Mário de Sá Carneiro nos mostra em “ A confissão de Lúcio’ que o caminho não é tão simples de percorrer.

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