segunda-feira, 1 de junho de 2009

O Eterno casulo.


O que pode parecer verdadeiro no cair de uma lágrima desmancha-se nas maiores das falácias.

Mas eu gostei., gostei muito em ouvir aquelas lágrimas...o sussurro... a frase. Sabe aqueles momentos que você sente o coração transpirar? Não? Que pena. Eu senti isso ontem. Mas também eu já desconfiara que iria passar por isso, principalmente depois de tanta humilhação.
E ela sabe que eu precisava ouvir aquilo. Que bom que ela falou três vezes, três vezes cara, você já ouviu isso de alguém três vezes... seguidas, e num choro, tão delirante que dava para sentir o arrependimento cravar-lhe o peito. E ainda terminou a frase com a palavra " muito". Mesmo não sabendo ao certo o que esse " muito" significa. Antigamente eu que falava assim, chorando. Parecia brincadeira de menino ( começava animado e terminava sem graça ) . É irmão. é a convivência que faz isso, desmancha todos os prazeres da vida. A expressão mais singela de afeto se torna tão fácil de esvaziar-se quando pronunciada, assim.... fito o vento, que passa por nós a todo momento ( ou quase ). Mesmo sendo necessário. É... mas parece que quando fica mais forte ao invés de ser bom... Sufoca, entende?. Hum... sei.

Isso não é alegria nem remorso, nem tão pouco tristeza, isso é dúvida, dificuldade imensa de tomar decisões. Que bom que tu me conheces e sabes o que eu passei ( e passo ). Não minta pra mim, no momento da ligação, você queria estar lá...naquele sofá...onde antigamente vocês se deitavam. Não me venha com essa de que está feliz aqui, nessa casa, e que ficaste feliz com o choro dela. Você fica muito mais triste quando entra ali ó!!! Naquela porta de decisões erradas... no esconderijo do conformismo...nessa resignada forma de vida.
Beto e Pedro Henrique conversavam em um muro, meio chapiscado meio rebocado , na frente da casa de minha irmã. Quando eles conversavam, senti que estavam falando de mim, parecia tão familiar as aquelas palavras. As palavras de Beto entravam na consciência como se fosse um uivo me dizendo: Vai Teta, toma a decisão certa , sai do comodismo, não fique resignada com essa situação. Se entregue a essa vontade louca de se jogar no proibido, mesmo que seja para se arrepender depois...

Então, com esse sopro de encorajamento e surpresa que foram as palavras daquele homem, tão dedicado à família, um homem a cima de qualquer suspeita, entregue a moral e os bons costumes e que Teta nunca desconfiara antes, foi que a tornou a realidade - se é que aquela era mesmo a realidade dos sois - E com a voz tremula da irmã, deixou aqueles pensamentos infâmes- ou seriam corretos - e voltou ao mundo dos vivos.
- Beto... amor... vai começar o jogo, não vai ver não?
Foi daí percebeu que na vida há mais interrogações do que pontos finais. Por quê?

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